somos briosa

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domingo, 3 de abril de 2016

Acuso os responsáveis!


 
Passaram 24 horas e não consigo libertar-me da tristeza e frustração que me invadiu nem conter a raiva contra os responsáveis por este estado de espirito.
Tristeza e frustração porque pressinto que após a derrota com o Arouca a despromoção é, praticamente, inevitável. Depois de quinze épocas consecutivas na primeira liga perspetiva-se um futuro muito cinzento no plano desportivo e financeiro. A queda para a segunda liga é a “descida ao inferno”. A porta de saída pode demorar anos a abrir-se!
Raiva contra a gerência da SDUQ, porque a tragédia que se vai abater sobre a Académica é consequência de uma gestão desportiva incompetente, irresponsável e danosa. 
Acuso a gerência da SDUQ na sua totalidade e não apenas o Presidente da Direção e Gerente da SDUQ ,porque apesar deste ser o primeiro e principal responsável por tudo o que aconteceu não é, no entanto, o único. Na verdade, não se podem nem devem escamotear as responsabilidades que têm de ser assacadas aos restantes elementos da gerência que foram coniventes, quanto mais não seja por omissão, nas decisões que nos conduziram a esta situação.
Os erros cometidos ao longo da época foram muitos e provam à saciedade o amadorismo, a impreparação e, nalguns casos, a irresponsabilidade da gerência da SDUQ.
Comecemos pelo princípio. A continuidade de José Viterbo como treinador seria muito difícil de evitar não só em virtude do clima emocional e de gratidão que se criou à sua volta, mas, também, pela sua identificação e cumplicidade com uma parte significativa dos adeptos. No entanto, depois de uma pré-época desastrosa que não deixava antever nada de bom, manter José Viterbo como treinador até á 5ª jornada sem ter conquistado nenhum ponto e com a equipa a praticar um futebol de péssima qualidade foi um erro gravíssimo.
Depois, seguiu-se a formação do plantel que deixou, desde logo, muitas dúvidas e parecia augurar que a história não iria ter um final feliz. De quem foi a responsabilidade? Em nossa opinião tem ser partilhada entre a gerência da SDUQ, o director desportivo e o treinador. Não colhe o argumento que as escolhas não eram as opções do treinador ou do diretor desportivo. Se não eram só lhes restava uma atitude coerente: demitirem-se e não terem começado a época!
A 20 de Setembro, após a quinta derrota consecutiva, José Viterbo demite-se. Nove dias mais tarde é anunciado o nome do novo técnico: Filipe Gouveia antigo adjunto de Pedro Emanuel e na altura treinador do Santa Clara que era o 9º classificado da 2ª Liga.
Uma escolha que constituiu uma surpresa, sobretudo, porque Filipe Gouveia era um treinador sem qualquer experiencia de primeira liga e ia assumir uma equipa desmotivada, desarticulada, muito limitada e com zero pontos. Seria um novo "erro de casting"? Infelizmente parece que as previsões mais pessimistas se confirmaram.
Aos adeptos, restava, ainda, uma derradeira esperança: a recomposição da equipa no mercado de Janeiro. No entanto, as opções da gerência da SDUQ foram lamentáveis e, sobretudo, irresponsáveis.
Com uma equipa, que já enfrentava o espectro da despromoção, a necessitar de reforços consistentes que permitissem encarar a segunda metade do campeonato com outra segurança, o que fez a gerência da SDUQ? Contratou, por empréstimo, um jovem lateral-esquerdo cedido pelo Porto e um avançado, que pouco tem jogado, pertencente ao Guimarães B!!!
Foi a “cereja no topo do bolo”. A juntar aos sucessivos erros cometidos desde a pré-época a gerência da SDUQ prescindiu, objetivamente, do mercado de Janeiro e deu a “machadada final” nas aspirações da Académica e na esperança dos adeptos. Entre aumentar a despesa mas reforçar com critério a equipa ou, pelo contrário, correr o risco de algum desequilíbrio financeiro ou diferir o pagamento das prestações da alegada divida ao Presidente, a gerência da SDUQ optou por abrir as portas da segunda liga à Académica!
Nunca lhes perdoarei tanta incompetência e irresponsabilidade!