somos briosa

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quarta-feira, 29 de abril de 2015

Viagem no Tempo - Equipas que fizeram história (1967-68 e 1968-69)


Época de 1967-68

4º lugar no Campeonato Nacional da 1ª divisão

Na época de 1967-68 a Académica classificou-se em 4º lugar no Campeonato Nacional da 1ª divisão, ficando a 6 pontos do Benfica (1º), 2 do Sporting (2º) e 1 do Porto (3º)
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De pé: Maló, Toni, Vieira Nunes, Rui Rodrigues, Celestino e Marques. Á frente: Crispim, Ernesto, Artur Jorge, Gervásio e Rocha. Outros jogadores muito utilizados: Vítor Campos (26 jogos), Mário Campos (22), Toni (21) e Brassard (20).

Época de 1968-69

Finalista da Taça de Portugal

No dia 22 de Junho de 1969 Académica e Benfica defrontaram-se no Estádio Nacional na final da Taça de Portugal que ficou para a história como a maior manifestação politica contra o antigo regime alguma vez realizada.
Os espectadores presentes excediam largamente a lotação oficial do estádio (admite-se 15.000 espectadores a mais) e no topo sul do estádio as bandeiras da Académica misturavam-se com cartazes de apoio à luta estudantil que se tinha iniciado a 17 de Abril desse mesmo ano.
O ambiente era extremamente tenso, polícia era coisa que não faltava e, contrariamente ao que era habitual, nem o Presidente da Republica nem o Ministro da Educação da altura estiveram presentes nem a televisão transmitiu o jogo.
Quanto ao jogo, Manuel António fez 1-0 aos 81 minutos, Simões empatou aos 85 e Eusébio marcou no prolongamento (109 minutos) o golo da vitória do Benfica.
Para atingir a final a Académica eliminou nos 1/32 o Farense por 2-0, nos 1/16 o SGS “Os Leões” por 6-1, nos oitavos-de-final o Ferroviários (Moçambique) por 4-1 e 1-0, nos quartos-de-final o Vitória de Guimarães,1-2 e 5-0 e nas meias-finais o Sporting, 2-1 em Alvalade e 1-0 no Municipal de Coimbra.

Chegada à Estação de Santa Apolónia do comboio com adeptos da Académica

Aspecto do Estádio Nacional completamente cheio

No topo sul do estádio as bandeiras da Académica misturavam-se com cartazes de apoio à luta estudantil

Comunicados da Academia foram lançados sobre as bancadas

As duas equipas perfiladas antes do jogo
  
De pé: Rui Rodrigues, Gervásio, Vieira Nunes, Belo, Marques e Viegas. À frente: Mário Campos, Nene, Manuel António, Peres e Vítor Campos (Treinador: Francisco Andrade) 
  
Manuel António colocou a Académica a ganhar por 1-0 aos 81 minutos
 
                                       Vídeo da final da Taça de Portugal Académica - Benfica

Estreia na Europa

Na época de 1968-69 a Académica disputou, pela primeira vez, uma competição europeia disputando os 1/32 da Taça das Cidades com Feira (já extinta).
A estreia foi contra o Olympique de Lyon e no primeiro jogo a Académica perdeu em França por 1-0. No segundo jogo, realizado em Coimbra a 9 de Outubro de 1968, no final do tempo regulamentar a Académica vencia por 1-0, com um golo de Manuel António aos 76 minutos. Jogou-se, então, um prolongamento de 30 minutos mas o resultado não se alterou. De acordo com o regulamento a eliminatória foi decidida por moeda ao ar tendo a sorte bafejado o Lyon.


Rocha, capitão da Académica e o capitão do Lyon trocam galhardetes antes do jogo

Melhor Marcador (Troféu Bola de Prata)

Manuel António foi o melhor marcador do Campeonato Nacional da 1ª divisão na época de 1968-69, com 19 golos, tendo conquistado o troféu Bola de Prata.







domingo, 26 de abril de 2015

O "efeito Viterbo" estará a esfumar-se?


 
A derrota contra o Gil Vicente complicou a luta pela manutenção. Perder em casa contra um adversário directo, quando faltam quatro jogos para terminar o campeonato, foi desastroso. A falta de qualidade e, em muitos períodos do jogo, a falta de atitude da equipa conjugadas com algum desacerto táctico e na constituição da equipa foi preocupante.
Num post publicado neste blogue no dia seguinte á saída de Paulo Sérgio, intitulado “O enigma de uma rescisão tardia”, escrevemos: “ Na presente época o ex-treinador constituiu um grande problema, mas, infelizmente, não é o único. A falta de qualidade da equipa, conforme se voltou a demonstrar no jogo do passado domingo (Académica – Boavista), é, pelo menos, tão preocupante como era a ineficácia do ex-treinador.”
Noutro post, publicado duas semanas antes, intitulado “A Académica e a luta pela manutenção”, tínhamos escrito: ”Na Académica é notório que existe um défice de jogadores de qualidade, as dificuldades financeiras são muitas e o dinheiro não abunda, ingredientes que criam um puzzle de difícil solução. Era obrigatório, por isso, ter sido muito criterioso e selectivo nas escolhas efectuadas no mercado de Janeiro. Ter-se-á sido?”
É óbvio que não. Das quatro contratações do mercado de Janeiro apenas Esgaio se revelou um reforço de grande qualidade, já que Cissé, Diallo e Makonda não acrescentaram nada à equipa. Os responsáveis da Académica, mais uma vez, falharam.
Tinham falhado na preparação da época pois o ex-treinador foi um “erro de casting” e muitos dos jogadores contratados não têm o mínimo de categoria para jogar na primeira liga.
Voltaram a falhar num momento crucial, como era o mês de Janeiro, não reforçando, convenientemente, a equipa. Suponho que ninguém tem dúvidas, a não ser a Direção, de que era preferível ter criado algum desequilíbrio financeiro, mas ter feito outro tipo de contratações para minimizar o risco da despromoção, do que ter-se caído na actual situação, até porque as consequências financeiras de uma eventual descida de divisão serão catastróficas.
Como se não fosse suficiente a reconhecida falta de qualidade da equipa parece começar a desenhar-se o fim do chamado “efeito Viterbo” sobre a equipa. 
José Viterbo assumiu o comando técnico à 22ª jornada e até à 27ª jornada obteve 12 pontos em 6 jogos, mas nos últimos 3 jogos registou três derrotas consecutivas. Se duas delas não surpreendem, pois foram contra o Benfica e Porto fora de casa, a derrota contra o Gil Vicente foi traumatizante pelas expectativas que se criaram em torno deste desafio, por ser contra um adversário directo, porque a vitória teria dado, praticamente, a manutenção, porque a exibição foi má e porque a atitude da equipa, em muitas fases do jogo, foi displicente.
Neste blogue e na página do facebook “Pensar a Académica” já elogiámos, por diversas vezes, José Viterbo. Desta vez, tal como tinha acontecido contra o Benfica e o Rio Ave, o treinador da Académica não esteve bem.
Não é admissível jogar em casa, com um forte apoio do público, contra uma equipa que está na zona de despromoção, num desafio em que a vitória garantia a manutenção, sem nenhum médio criativo e com três médios de cariz defensivo (Nuno Piloto, Fernando Alexandre e Obiora), sendo que dois deles (Fernando Alexandre e Obiora) só rendem na posição seis, já que nenhum tem características e apetência para jogar na posição oito, posição em que foram utilizados, alternadamente, na 1ª e 2ª parte do jogo com o Gil Vicente.
José Viterbo, mais uma vez (como, já, tinha acontecido contra o Rio Ave) jogou para o “pontinho”. Só que desta vez perdeu os três pontos, tal como, habitualmente, acontece a quem joga para o empate!
Os adeptos começam, com preocupação, a interrogar-se se o “efeito Viterbo” sobre a equipa, que foi notório durante muitos jogos e que foi o elemento decisivo para os bons resultados obtidos, estará a esfumar-se? Os sinais do último jogo não são nada tranquilizadores! Oxalá estejamos completamente enganados! 

 

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Viagem no Tempo - Equipas que fizeram história (1966-67)


Época de 1966-67

A década de 60 foi, inquestionavelmente, a década de ouro da História da Académica, mas a época de 1966-67 foi, provavelmente, a época de ouro do futebol da Briosa.

Vice-Campeã Nacional

Na época de 1966-67 a Académica obteve a sua melhor classificação de sempre no Campeonato Nacional da 1ª divisão, tendo-se classificado em 2º lugar a 3 pontos do Benfica (Campeão Nacional), totalizando 40 pontos (o campeonato era disputado por 14 equipas e cada vitória valia 2 pontos), tendo obtido 18 vitórias,4 empates e 4 derrotas com 50 golos marcados e 18 sofridos (defesa menos batida do campeonato).
Neste campeonato ficou para a história o que foi considerado o jogo do título. Na tarde do dia 12 de Março de 1967 perante, segundo a imprensa da época, 43.000 (!) pessoas defrontaram-se no Municipal de Coimbra, em jogo correspondente à 19ª jornada, a Académica e o Benfica, separadas por dois pontos. O Benfica venceu por 1-0, mas a Académica jogou desde os 36 minutos com 10 jogadores por lesão de Curado.

Jogo do título: Gervásio tenta impedir o remate de Eusébio
 
Equipa Vice-Campeã Nacional. De pé: Mário Wilson (treinador), Maló, Marques, Curado, Gervásio, Celestino, Rui Rodrigues, Pascoal (massagista). À frente: Crispim, Ernesto, Artur Jorge, Vítor Campos e Rocha. Outros jogadores muito utilizados: Serafim (18 jogos) e Vieira Nunes (16 jogos).
 

Finalista da Taça de Portugal

No dia 9 de Julho de 1967 disputou-se no Estádio Nacional a final da Taça de Portugal entre a Académica e o Vitória de Setúbal num jogo que durou 2 horas e 24 minutos, que ficou para a história como o mais longo desafio oficial realizado em Portugal.
Ao fim da hora e meia regulamentar o resultado era 1-1. Após um primeiro prolongamento de 30 minutos as equipas continuavam empatadas, 2-2. Iniciou-se, então, um 2º prolongamento que, de acordo com o regulamento em vigor, terminaria mal alguma equipa marcasse. Aos 24 minutos deste último prolongamento (144 minutos de jogo) o Vitória de Setúbal marca e conquista a Taça. Pela Académica tinham marcado Celestino e Ernesto.
 
Equipa que jogou a final da Taça: Rocha, Crispim, Marques, Vítor Campos, Celestino, Rui Rodrigues, Ernesto, Vieira Nunes, Artur Jorge, Toni e Maló.


Maló e o seu estilo inconfundível
Consequências do jogo oficial mais longo que se disputou em Portugal
 
Para atingir a final a Académica eliminou nos 1/32 a Oliveirense (3-4 e 3-0), 1/16 o Leça (2-1 e 9-2), oitavos-de-final o A.S.A de Angola (7-0 e 2-1), quartos- de-final o Benfica (2-0 e 1-2) e na meia-final o Braga (2-1 e 4-1)

Vídeo da final da Taça de Portugal Académica - Vitória Setúbal
 
Campeã Nacional de Juvenis
A equipa de juvenis sagrou-se Campeã Nacional na época de 1966-67 ao vencer na final o Benfica por 1-0 em jogo disputado no Estádio Municipal de Leiria em 25 de Junho de 1967.

Equipa Campeã Nacional de Juvenis na época de 1966-67
 

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Rescaldo do Benfica - Académica


Decorrido algum tempo sobre o jogo do passado sábado, justificam-se breves notas suscitadas pela análise do jogo e pela leitura das crónicas, comentários e críticas que nos últimos dias surgiram a propósito da exibição da Académica no Estádio da Luz.
É verdade que em circunstâncias normais a Académica perde na Luz. Dos 63 jogos, até hoje, disputados em Lisboa com o Benfica para a primeira liga, a Académica ganhou 4, empatou 4 e perdeu 55 (87%).
Perder na Luz é normal, não deslustra nem compromete os objectivos da Académica e não vale a pena recorrer a verdades do tipo “um orçamento de milhões contra tostões”, “são de outro campeonato”, “os plantéis não são comparáveis”, etc. para justificar uma derrota. Repetir, até à exaustão, argumentos que são indiscutíveis serve para afagar o ego, mas acaba por contribuir para mascarar uma exibição muito pobre.
Perder é normal, mas perder daquela forma é deprimente. O resultado não engana, mas pior que o resultado foi, na minha opinião, a exibição.
A Académica entrou no jogo retraída, submissa, com um temor quase reverencial perante um adversário que, desde o primeiro minuto, procurou ser pressionante, agressivo e dominador.
O ambiente, a pressão e a qualidade do adversário não justificam tudo. A estratégia idealizada (três centrais contra dois pontas de lança com grande mobilidade) desmoronou-se, como um castelo de cartas, ao fim de 11 minutos. Dois cruzamentos, um pela direita e outro pela esquerda e dois golos de cabeça, aos 8 e 11 minutos. Novo golo de penalti aos 19 minutos e, depois, seguiram-se sucessivas roturas provocadas pelo meio campo e pelos avançados do Benfica na defesa da Académica, que originaram mais dois golos a que se poderiam ter juntado mais dois ou três não fosse a exibição de Cristiano.
Ao descalabro defensivo juntou-se um contra ataque inexistente. Tirando o golo Rafael Lopes não me recordo de uma jogada com o mínimo de perigo junto da baliza do Benfica.
A emoção de Rafael Lopes após ter marcado o golo
Finalmente, as opções para a equipa inicial, apesar do número de jogadores impedidos por lesão ou castigo, não terão sido, na minha opinião, as melhores
Nada do que escrevemos põe em causa a entrega dos jogadores nem o excelente trabalho que tem vindo a ser desenvolvido por José Viterbo desde que tomou conta da equipa.
Neste mesmo blogue publicámos duas crónicas, 26/02/2015 e 17/03/2015, em que elogiámos o trabalho de José Viterbo. Desta vez esteve menos bem. Omitir ou escamotear este facto não beneficia nem José Viterbo nem a Académica!


segunda-feira, 13 de abril de 2015

Viagem no Tempo - Equipas que fizeram história (1960 a 65)


Década de 60

A década de 60 fica na História do Futebol da Académica como a década de ouro.
No Campeonato Nacional da 1ª divisão classificou-se uma vez em 2º lugar e por duas vezes foi 4ª classificada. Na Taça de Portugal disputou duas finais, tendo sido, ainda, finalista da Taça Ribeiro dos Reis. Participou por duas vezes em competições europeias, 3 vitórias, 2 empates e 3 derrotas. Simplesmente fantástico!
O troféu “Bola de Prata”, correspondente ao melhor marcador do Campeonato Nacional da 1ª divisão, foi ganho na época de 1968-69 por Manuel António, avançado da Académica.
A equipa de juvenis sagrou-se Campeã Nacional na época de 1966-67 e foi finalista em 1967-68 e 1968-69, a equipa de principiantes foi finalista do Campeonato Nacional em 1962-63 e a de juniores em 1967-68.
No verão de 1961 um jogador da Académica protagonizou a primeira grande transferência de um futebolista português para o estrangeiro.

Época de 1960-61

A primeira transferência para o estrangeiro

Nesta época a Académica classificou-se em 7º lugar no Campeonato Nacional e é afastada da Taça de Portugal na 1ª eliminatória.
O final da época ficou, no entanto, marcado pela primeira grande transferência de um jogador português para o estrangeiro. Jorge Humberto, estudante de Medicina e avançado da Académica, transferiu-se para o poderoso Inter de Milão.
Em consequência desta transferência ofereceu à Académica, sem que a isso fosse obrigado ou algo recebesse em troca,1.000 contos, valor que, actualizado  à inflação, seriam, hoje, cerca de 450.000 euros.
Jorge Humberto à partida de Coimbra para Milão
 
Em Milão o treinador Helénio Herrera apresenta-o aos dirigentes do Inter
 
Só 48 anos mais tarde este seu gesto foi publicamente reconhecido. No dia 25 de Janeiro de 2009 a Direção Geral da Associação Académica de Coimbra homenageou Jorge Humberto descerrando uma lápide com o seu nome no Campo de Sta Cruz e promovendo uma homenagem no Estádio Cidade de Coimbra no intervalo do jogo Académica - Vitória de Guimarães.

Homenagem da DG da AAC em 25 de Janeiro de 2009 no Estádio Cidade de Coimbra
 
Época de 1964-65

4º lugar no Campeonato Nacional da 1ª divisão

Na época de 1964-65 a Académica, orientada, pela primeira vez, por Mário Wilson, classificou-se em 4º lugar no Campeonato Nacional da 1ª divisão, a sua melhor classificação até esta altura, ficando a 1 ponto do 3º (G.D.CUF), a 3 do 2º (Porto) e a 9 do 1º classificado (Benfica). Nos seis jogos efectuados contra Benfica, Porto e Sporting, ganha três, perde dois e empata outro.
Fica para a história o título de uma crónica do jornal A Bola, assinada por Vítor Santos, depois da vitória sobre o Sporting por 3-0: “Levanta-te mestre Cândido e vem ver a tua Académica”.

De pé: Maló, Torres,, Marques, Curado, Gervásio e Rui Rodrigues. À frente: Crispim, Vítor Campos, Manuel António, Rocha e Oliveira Duarte



 

terça-feira, 7 de abril de 2015

Uma ou duas Académicas?



Colégio de S. Paulo sede da AAC em 1913
O dia 20 de Junho de 1974 foi, provavelmente, o dia mais negro da história do futebol da Académica. Uma Assembleia Magna da AAC. manipulada por pseudo-revolucionários decidiu extinguir a Secção de Futebol com o argumento de que esta não funcionava de acordo com os princípios do amadorismo que regulavam as restantes secções.
Após dois meses de reuniões, manifestações, recursos e as mais variadas pressões sobre o poder político da altura e sobre os órgãos jurisdicionais da FPF, a 17 de Agosto de 1974 o Conselho Superior de Justiça da FPF revoga as suas decisões anteriores e aceita o Clube Académico de Coimbra (CAC) como legítimo sucessor da extinta Secção de Futebol da AAC, com os inerentes direitos desportivos.
Dez anos mais tarde, na noite de 24 de Julho de 1984, é assinado um protocolo pelo, então, Presidente da Direção Geral da Associação Académica de Coimbra, Ricardo Roque e pelo Presidente do CAC, Jorge Anjinho, que previa a extinção do CAC. e a sua integração na AAC. com o estatuto de Organismo Autónomo.
Neste documento pode ler-se que “o Organismo Autónomo de Futebol procurará continuar a obra da antiga Secção de Futebol da AAC quer na alta competição do futebol quer na formação social dos seus atletas”.
Estava, assim, reparada a enormidade cometida dez anos antes e consumado o regresso da Académica – Futebol à “Casa-Mãe”.
No entanto, logo a seguir à extinção da Secção de Futebol em Junho de 1974 um grupo de estudantes reorganizou a extinta Secção de Futebol com o objectivo de se dedicar ao desporto amador, particularmente ao desporto universitário.
Surge, assim, a Académica – S.F. que no início da década de 80 acaba por se inscrever na Associação de Futebol de Coimbra o que lhe permite começar a disputar provas federadas, o que acontece, pela primeira vez, na época de 81-82 em que participa no Campeonato Distrital de Coimbra da 3ª divisão.
Actualmente a S.F. lidera a Divisão de Honra da A.F.C. estando em posição de subida ao Campeonato Nacional de Seniores (antiga 3ª divisão nacional) e os Sub-23 do OAF disputam, também, a Divião de Honra encontrando-se em 5º lugar.
Na minha opinião não é compreensível que dois clubes disputem a mesma competição, Divisão de Honra da AFC, utilizando o nome e o símbolo da mesma instituição, a Associação Académica de Coimbra.
No entanto, mais grave do que assistir aos Sub-23 do OAF contra a S.F. é ver miúdos e jovens dos escalões de formação confrontarem-se (e de que maneira!) envergando a mesma camisola com o mesmo símbolo. Esta rivalidade que começa nos escalões de formação e se estende aos pais e familiares terá, inevitavelmente, consequências, a médio e longo prazo para a própria instituição.
Algo está, profundamente, errado que é necessário corrigir.
 
 
Não vale a pena chorar sobre o leite derramado porque o passado é história e a história não se repete. Naturalmente que interessa reflectir sobre o passado, mas o que verdadeiramente importa é encarar o presente tal como ele se nos apresenta e perspectivar o futuro.
A resolução deste problema implica uma visão abrangente sobre a Académica, um espirito aglutinador e mentalidades abertas e dialogantes.
Quando foi publicada a legislação sobre os clubes satélites a direção da Académica-OAF presidida por Mendes Silva tentou que a Seção de Futebol se transformasse num clube-satélite do OAF. Após várias reuniões entre a SF e o OAF a proposta foi rejeitada pela SF com o argumento de que o seu regulamento interno não permite a utilização de jogadores que não sejam estudantes ou ex-estudantes universitários. Regulamento “estranho”, quando é conhecido que outras Secções Desportivas da AAC, nomeadamente  basquetebol, andebol e rugby, utilizaram diversos atletas que não eram nem estudantes nem ex-estudantes universitários, sendo muitos deles atletas profissionais. Mais tarde, Campos Coroa retomou, sem sucesso, a ideia do clube-satélite.
A criação de um clube-satélite ou, então, de uma equipa B, qualquer das hipóteses tendo por base a Secção de Futebol e pressupondo a integração dos sub-23 do OAF, parecem-nos as soluções mais plausíveis e, provavelmente, menos polémicas. Mais difícil, porque envolve aspectos financeiros, é encontrar uma solução consensual para os escalões de formação.
Refundar uma única Académica é um desafio para todos aqueles que sentem, vivem e têm paixão pela Briosa. Não é tarefa fácil, mas com academismo, vontade de aglutinar e espirito de diálogo será, sempre, possível encontrar soluções que satisfaçam as partes envolvidas e, sobretudo, que prestigiem e dignifiquem a instituição Associação Académica de Coimbra.
Estarão os principais protagonistas (OAF, SF,D.G.) à altura deste desafio? Serão capazes de compreender 127 anos de história?  

 

 

  

     

sábado, 4 de abril de 2015

Viagem no Tempo - Equipas que fizeram história (década de 50)


Década de 50
A Académica da década de 50 destacou-se pela presença na final da Taça de Portugal da época de 1950-51 e na meia-final da temporada de 1954-55. A equipa de juniores teve uma década brilhante, pois foi Campeã Nacional nas épocas de 1951-52 e 1953-54 e finalista vencida em 1954-55 e 1955-56.

Finalista da Taça de Portugal em 1950-51
No dia 10 de Junho de 1951, a Académica jogou com o Benfica a final da Taça de Portugal no Estádio Nacional. Foi derrotada por 5-1 tendo Macedo marcado o golo da Académica.
Para chegar à final a Académica eliminou nos oitavos-de-final o Oriental (3-2 e 3-3), quartos-de-final o V. Guimarães (3-1 e 0-0) e meia-final o Belenenses (3-3 e 3-0).



De pé: António Pita (massagista), Óscar Tellechea (treinador),Capela, Branco, Melo, José Miguel, Torres, Eduardo Santos, Azeredo, Costa Reis (dirigente) e Prates. À frente: Duarte, Gil, Macedo, Nana, Bentes e Pinho.
 
A claque da época
Semifinalista da Taça de Portugal em 1954-55
Na meia-final da Taça de Portugal da época de 1954-55, a Académica foi derrotada por 6-0 pelo Benfica num jogo que se disputou em 5 de Junho de 1955 no Campo Alfredo de Aguiar em Santarém.
Para chegar à meia-final a Académica eliminou, sucessivamente, o Atlético (5-4), o Setúbal (3-1) e o Belenenses (1-0).




De pé: Ramin, Torres, Pérides, Gil, Wilson e Melo. À frente: Duarte, Faia, André, Macedo e Bentes
 
Campeã Nacional de Juniores
Na época de 1951-52 a Académica foi Campeã Nacional de Juniores após vencer na final o Portalegrense por 2-1. Na época de 1953-54 sagrou-se, novamente, campeã nacional derrotando na final a CUF do Barreiro por 2-0, tendo havido necessidade de realizar um segundo jogo por o primeiro ter terminado empatado.
Nas épocas de 1954-55 e 1955-56 foi finalista vencida do Campeonato Nacional de Juniores.


Equipa Campeã Nacional de Juniores em 1951-52


Equipa Campeã Nacional de Juniores em 1953-54