somos briosa

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sábado, 28 de fevereiro de 2015

Viagem no Tempo - Equipas que fizeram história (1913)


Desde 1911, data em que há o primeiro registo fotográfico de uma equipa de futebol da Académica, até aos dias de hoje todas as equipas (Secção de Futebol, CAC, OAF) contribuíram para uma história impar tão bem retratada nessa magnifica obra intitulada “Académica. História do Futebol”, da autoria de João Santana e João Mesquita.
Todavia, em nossa opinião, apenas algumas destas equipas fizeram história.  Nesta      "Viagem pelo Tempo” as escolhas que fizemos não são, nem poderiam ser, consensuais. Mas, mais importante que as escolhas é recordarmos os êxitos do passado (também houve tristezas e insucessos!) para podermos pensar e projectar o futuro.

1913 - O primeiro título oficial
Taça Monteiro da Costa
 
A 9 de Março de 1913, está a fazer 102 anos, a Académica venceu o F.C.Porto por 3-1 num jogo realizado no Campo da Constituição, conquistando a 3ª Taça Monteiro da Costa, para muitos conhecida como o Campeonato do Norte.
Foi o 1º título oficial conquistado pela Académica que neste jogo apresentou a seguinte equipa: Picão Caldeira, Moniz Pereira, Sérgio Pereira, Raimundo Vieira, Borja Santos (cap.), Filipe Mendes, Alcino Rodrigues, Carlos Sampaio, Honorato Pereira, Renato Costa, e Natividade Coelho
No conjunto das seis edições desta prova, a Académica foi a única equipa, além do Futebol Clube do Porto, a conquistar o troféu.

Equipa da Académica 
 
A assistência





 
 
 
 
 
 

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

A questão do treinador. José Viterbo ou outra opção ?

 
A Académica não ganhava desde a 6ª jornada realizada em 27 de Setembro do ano passado. Foram necessários cinco meses e 14 jornadas para que acontecesse uma nova vitória! Foi preciso rescindir com Paulo Sérgio, para ganhar um jogo e iniciar a recuperação na tabela classificativa rumo à manutenção na 1ª Liga.
José Viterbo assumiu, transitoriamente, a orientação da equipa e ganhou. Não é por isso que é o melhor treinador do mundo ou o “miraculoso salvador” da Académica. Apenas, provou-se à saciedade que a Gerência da SDUQ persistiu, durante semanas, numa lamentável teimosia e que os adeptos tinham razão quando, reiteradamente, exigiam a demissão de Paulo Sérgio.
Na semana passada o tema da contratação do novo treinador proporcionou à imprensa um guião digno de uma “telenovela mexicana”. Domingos Paciência, Fernando Couto, Capucho, Costinha, Dauto Faquirá, José Peseiro, Manuel José, Lito, etc., etc., foram, sucessivamente, referenciados como potenciais treinadores da Académica.
Num dia Domingos reunia as preferências, no dia seguinte estas já se tinham transferido para Couto ou Capucho, noutro dia era a vez de um jornal escrever que Costinha tinha recusado, noutro, ainda, Lito admitia ter tido contactos indirectos com a Académica.
Em que situação ridícula foi colocada a Académica! Se tivesse havido bom senso Paulo Sérgio tinha sido demitido a seguir ao jogo com o Penafiel disputado em 21 Dezembro e, nessa altura, sem o espectro da despromoção a pairar no horizonte, certamente este triste espectáculo não teria ocorrido.
E agora? Depois desta novela que outros nomes estarão, ainda, disponíveis?
Por outro lado, estará criado um clima emocional, em torno do nome de José Viterbo a que se associa um conjunto de factores inerentes ao próprio, que, neste momento, parecem tornar difícil outra solução.
O clima emocional resulta da vitória sobre o Estoril. Os sócios estavam, cada vez mais, descrentes e esta vitória, que fica indiscutivelmente associada ao nome de José Viterbo, renovou a esperança de que a manutenção é possível. Basta ter estado no Estoril ou ver as redes sociais para nos apercebermos deste clima.
Os outros factores decorrem do próprio José Viterbo. É um homem que conhece e sente a Académica, tem a coragem de assumir este cargo num momento particularmente difícil, mostra humildade ao aceitar o lugar sabendo que terá sido a última escolha e tem um enorme estímulo adicional pelo facto de poder ter pela frente, provavelmente, o maior desafio da sua vida, que é manter a Briosa na 1ª Liga.
Como interpretar, então, o silêncio dos responsáveis da Académica sobre um assunto tão importante como este: José Viterbo ou outra escolha? Será, apenas indefinição? Ou, simplesmente, prudência? Ou, já existiria outra alternativa que perante o resultado de domingo e, sobretudo, face ao ambiente criado em torno de José Viterbo vai obrigar a um recuo? Aguardemos os próximos episódios.
 
 

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Mais uma época...de calculadora na mão!

 
 
Ao analisarmos a época desportiva da Académica, sobretudo tendo em conta a actual classificação, importa reflectir sobre o histórico das últimas 12 épocas relativamente à diferença entre a pontuação à 21ª jornada e a pontuação final.
A maior diferença pontual ocorreu nas épocas 2003-04, 2004-05 e 2008-09, respectivamente, 22, 22 e 15 pontos. Se na época 2008-09 a pontuação à 21ª jornada era tranquilizadora (24 pontos), em 2003-04 e 2004-05 era muito preocupante, 16 pontos num campeonato com 18 equipas. Nestas duas épocas nos 13 jogos que faltavam até ao fim do campeonato a Académica fez 22 pontos em ambas o que corresponde a uma média de 1,69 pontos por jogo, valor só ultrapassado em 2008-09 com uma média de 1,7.
 
 
Mas, o que é mais relevante ou, mais propriamente, preocupante é o facto de em 8 das 12 épocas que decorreram entre 2002 a 2014 a média de pontos por jogo a partir da 21ª jornada nunca ter sido superior a 1,1.
Até ao final da Liga faltam 13 jogos, 6 em casa (Arouca, Nacional, Rio Ave, Gil Vicente, Belenenses, Guimarães) e 7 fora (Estoril, Moreirense, Braga, Benfica, Porto, Penafiel, Paços de Ferreira).
Tomando o valor de 1,1 como a pontuação média por jogo até final desta época a Académica faria mais 14,3 pontos (13 jogos x 1,1) o que somados aos actuais 15 daria no final, em números redondos, 29 pontos. Recorde-se que quando a liga teve 18 equipas, 2002-03, 2003-04, 2004-05, os dois últimos classificados (equipas que serão despromovidas esta época) alcançaram, respectivamente, 35 e 31, 28 e 17 e 30 (ambos) pontos.
São, apenas, projeções, mas que não deixam de ser muito preocupantes, tanto mais que no último jogo provou-se, mais uma vez, que a equipa, além de estar mal orientada, é muito fraca.
Amanhã era muito importante, pelo menos, pontuar para não descolar do Arouca (mais 1 ponto, joga em casa com o Rio Ave) e Gil Vicente (mais 2 pontos, joga fora com o Sporting) e não ser ultrapassado pelo Penafiel (menos 2 pontos, joga fora com o Setúbal). Veremos se a saída de Paulo Sérgio terá acordado a equipa!
Ano após ano, continuamos, invariavelmente, a terminar a época de calculadora na mão!
 
 
 

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

A Assembleia Geral Extraordinária de 19 de Fevereiro

 
No primeiro post que publicámos, intitulado “Porquê este blogue?” escrevemos que o blogue Pensar a Académica tem por objectivo reflectir sobre o presente e o futuro da AAC/OAF. Reflectir sem preconceitos, sem temas interditos, sem ideias pré-concebidas, sem idiossincrasias”.
Importa, neste momento tão efervescente, afirmar de forma inequívoca que este blogue não partilha cumplicidades com quaisquer grupos ou tendências, não defende interesses de quem quer que seja, não veicula opiniões que não sejam, exclusivamente, as próprias. Não somos mensageiros de ninguém. Pensamos livremente, escrevemos o que pensamos, publicamos sem censura prévia. O que nos move é, exclusivamente, o que julgamos serem os superiores interesses da Académica.
A Académica vive tempos difíceis. A época desportiva foi muito mal preparada. A equipa é fraca, provavelmente, das piores dos últimos anos. O ex-treinador foi um erro de “casting” e o seu despedimento, inexplicavelmente, tardio. A expulsão de 10 jogadores juniores da Academia, nas circunstâncias em que se processou, foi um episódio lamentável, discricionário e, aparentemente, desnecessário. Enfim, a classificação da equipa na 1ª liga não augura nada de bom.
Neste cenário sombrio terá lugar amanhã uma Assembleia Geral que se prevê pouco pacífica e de onde a posição do Presidente da Direção sairá, provavelmente, mais fragilizada.
A eternização em papéis de liderança acaba por conduzir, em muitos casos, a gestões pouco clarividentes, a opções inadequadas, a atitudes algo displicentes, ocorrendo, não raras vezes, um processo de enquistamento progressivo que tornam a liderança cada vez mais autocrática e tendencialmente autista.
Ao fim de 10 anos o ciclo do Eng.º José Eduardo Simões como Presidente da Direção da Académica/OAF está esgotado.
Todavia, a memória dos homens, neste caso a dos sócios da Académica, não pode nem deve ser curta.
Independentemente do juízo de valor que cada um de nós faça sobre os actos praticados pelo Eng.º José Eduardo Simões enquanto Presidente da Direção, sobre a sua postura autocrática, sobre os erros que cometeu ou, ainda, sobre o seu difícil relacionamento com a massa associativa, devemos reconhecer e valorizar, em nome da verdade, o que de positivo foi alcançado ao longo dos últimos 10 anos, nomeadamente no plano desportivo e patrimonial.
Reconhecer o que de positivo foi feito é uma questão de honestidade intelectual que não é incompatível com a discordância, a crítica assertiva ou o escrutínio de erros, já assinalados e veiculados nos post, até agora, publicados neste blogue.
Finalmente, fica-nos uma dúvida: numa altura tão crítica como a actual, em que a prioridade das prioridades deve ser a batalha pela manutenção na 1ª Liga, terá sido este momento o mais oportuno para a realização desta Assembleia Geral Extraordinária? Mas, por outro lado, será que haveria melhor altura?
 
 
 

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

O enigma de uma rescisão tardia !

 
 
A gerência da Académica-SDUQ rescindiu ontem à noite o contrato com o treinador Paulo Sérgio, decisão que só peca por tardia.
Na presente época o ex-treinador constituiu um grande problema, mas, infelizmente, não é o único. A falta de qualidade da equipa, conforme se voltou a demonstrar no passado domingo, é, pelo menos, tão preocupante como era a ineficácia do treinador.
A substituição de Paulo Sérgio, já, devia ter ocorrido há muito tempo, nomeadamente após o jogo com o Penafiel, correspondente à 14ª jornada realizada em 21 de Dezembro. Todavia, não conseguimos descortinar as razões que levaram a gerência da SDUQ a manter durante tanto tempo este treinador.
Seguramente que não terá sido pelos resultados desportivos. Em 21 jornadas da 1ª Liga o registo foi 1 vitória, 12 empates, 8 derrotas,12 golos marcados, 27 sofridos, 15 pontos, 17º lugar na classificação geral (zona de despromoção), sem esquecer a impensável eliminação da Taça de Portugal pelo Santa Maria do Campeonato Nacional de Seniores.
Custa-nos, também, a aceitar que, face ao cenário quase dramático em que nos encontramos, a manutenção de Paulo Sérgio estivesse relacionada com o pagamento de eventuais indemnizações. Aliás, esta opinião é reforçada pelo facto de, ao que consta, o acordo obtido (pagamento dos salários até final da presente temporada) terá, de alguma forma, acautelado os interesses da Académica. Surpreendente é o facto de, segundo parece, este mesmo acordo ter sido proposto pelo próprio treinador a seguir ao jogo com o Guimarães e ter sido recusado pela gerência da SDUQ! 
Ao que supomos não terá sido, também, por uma qualquer filosofia de gestão ou rigidez de princípios, porque em 5 das 10 épocas que mediaram entre 2004-05 e 2013-14 a Académica teve, pelo menos, dois treinadores por temporada.
Resta-nos, como última hipótese, a teimosia face aos lenços brancos e aos sucessivos pedidos de demissão por parte dos adeptos? Custa-nos a acreditar, mas se, eventualmente, a teimosia tiver sido preponderante, então é absolutamente imperdoável!
Continuamos, por isso, sem compreender os verdadeiros motivos que determinaram uma decisão tão tardia e que poderá comprometer a permanência da Académica na 1ª Liga. Um verdadeiro enigma!
Mas, de uma coisa estamos certos: o empate com o Boavista precipitou a decisão ontem tomada e a próxima Assembleia Geral deu o empurrão final!

 

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

A época desportiva da Académica (1ª parte)

 

As primeiras 20 jornadas

Os números são frios, insensíveis, objetivos e por isso, como escreveu P. Bourget, a “força dos números é a mais brutal das forças, não carecendo, sequer de audácia e de talento”. Além disso traduzem a realidade de forma incontornável: “os números não mentem mas os mentirosos fabricam números” (Itamar Franco).
Os números de que nos socorremos para elaborar esta análise não foram fabricados. São números verdadeiros e, por isso mesmo, inquietantes para quem se preocupa com o destino da Académica.
Em virtude da sua extensão este estudo foi dividido em três partes. Na 1ª parte comparam-se os resultados nas primeiras 20 jornadas de todas as épocas desde que a Académica regressou à 1ª Liga (2002-03) com os obtidos nas primeiras 20 jornadas da presente época. Na 2ª parte reflecte-se sobre o histórico das últimas 12 épocas relativamente à diferença entre a pontuação à 20ª jornada e a pontuação final. Na 3ª parte analisa-se a questão do despedimento de treinadores nas últimas 12 épocas.
 
 
Desde a época de 2002-2003 até à actual as temporadas com pior pontuação à 20ª jornada foram as de 2004-2005 (13 pontos) e 2014-2015 (14 pontos), correspondendo às piores médias de pontos por jogo nas primeiras 20 jornadas, respectivamente, 0,65 e 0,70.
Na presente época foram, também, batidos, nas 20 primeiras jornadas, outros recordes: apenas 1 vitória o que nunca tinha acontecido, tal como nunca se tinha verificado 11 empates (o número mais próximo foi 9 empates em 2007-08), pior registo de golos marcados (12 golos), apenas igualado na época de 2013-14, com a diferença de na mesma altura da época passada se contabilizarem 24 pontos.
Não constituindo recordes, mas aproximações muito significativas, destaca-se, ainda, o segundo pior registo entre golos marcados e sofridos (-15) unicamente suplantado na época 2004-05 (-16) e a terceira pior posição na tabela classificativa à 20ª jornada, apenas ultrapassada em 2003-04 (17º) e 2004-05 (18º).
Em conclusão, estamos perante o segundo pior registo desportivo da Académica desde 2002-2003, apenas suplantado pelo da época de 2004-05.
 

 
 
 

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Pare, Leia e Pense !

 
Importa perceber algumas das razões profundas que afectam o presente e podem comprometer o futuro da Académica. A análise de alguns números poderá permitir um interessante exercício de reflexão.
Nas 13 épocas desportivas que decorreram entre o início deste novo ciclo na 1ª Liga (época de 2002-03) e a presente época (2014-15) a Académica, segundo a pesquisa que efectuámos, inscreveu pela primeira vez 240 jogadores.
Destes 240 jogadores 100 (41,5%) eram portugueses, 19 (7,9%) vieram da formação do  clube e 18 (7,5%)  de ligas secundárias (Honra ou Campeonato Nacional de Seniores).
Da totalidade dos jogadores contratados entre 2002 e 2014, 93 (39%) permaneceram no clube duas ou mais épocas e 47 (19,6%) ficaram, pelo menos, três temporadas.

 
 
 
 
 




Que ilações se podem tirar destes números?

1ª Ilação

A Académica contrata muitos jogadores por época. Só esta temporada registaram-se 23 novas contratações, tantas como na época de 2002-03. Uma e outra foram, ao longo do período analisado, as duas temporadas em que um maior número de jogadores foi contratado.
De acordo com os dados do Atlas Digital (2014) do CIES Football Observatory http://www.football-observatory.com/Digital-Atlas a média nacional de contratações por época desportiva foi, entre 2009 e 2014, 13,8 enquanto a média da Académica foi de 17. Entre 2002 e a época actual a média de contratações da Académica por temporada foi de 18,5.

2ª Ilação

Os jogadores permanecem durante pouco tempo na Académica. Deste modo dificilmente haverá coesão, estabilidade e liderança no balneário.
De acordo com os dados do Atlas Digital do CIES  no período entre 2009 e 2014  cada jogador permaneceu na Académica , em média, uma época e meia enquanto a média nacional no mesmo período foi de 1,95.
Porquê um período de permanência tão curto? Várias hipóteses podem equacionar-se, mas, essencialmente, porque alguns jogadores de qualidade muito duvidosa (contratações por DVD?) são dispensados antes do contrato terminar, outros porque as renovações não são feitas atempadamente, outros, ainda, porque tendo alguma qualidade contribuem, com as respectivas transferências, para o equilíbrio financeiro da instituição.

3ª Ilação

A Académica não tem um gabinete de prospeção (scouting). Só assim se compreende que ao longo de 13 anos tenham sido recrutados na Liga de Honra ou no Campeonato Nacional de Seniores, apenas,18 jogadores.

4ª Ilação

A formação funcional mal ou os jogadores formados no clube não são potencializados. Na verdade,é surpreendente que em 13 anos, apenas, 19 jogadores juniores tenham atingido a equipa sénior e destes, somente, cinco ou seis alcançaram uma razoável projeção.
Creio que um ou outro não terá sido convenientemente potencializado ou, noutros casos,  o seu valor foi reconhecido tardiamente. Mas, sejamos realistas e analise-se imparcialmente a carreira das equipas de juniores da Académica nos últimos 13 anos. Penso que não será difícil concluir que a formação da Académica deixa muito a desejar. E chegados a este ponto voltamos a um dos problemas essenciais do futebol da Académica: a inexistência de um gabinete de prospeção. Um bom tema para um dos próximos post.

P.S.- O tema das contratações da Académica nos últimos dez anos foi recentemente abordado pelos blogues Eternamente AAC e Simplesmente Briosa. O Eternamente AAC publicou, também um post sobre a formação. Os números destas análises e os que hoje apresentamos não são totalmente coincidentes. As discrepâncias resultam, provavelmente, de se terem utilizado bases de dados diferentes e metodologias distintas.  

 

 
 
 

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

A Académica e a luta pela manutenção

 
Encerrou ontem o mercado de Janeiro e a Académica reforçou-se com quatro jogadores, o último dos quais foi Ulysse Diallo.
Mas quem é Diallo? Tem 22 anos, nasceu no Mali, iniciou a carreira no Djoliba AC, é profissional desde 2011 e joga como ponta de lança. Entre 2011 e 2013 disputou a Liga Libanesa (84º classificada do ranking IFFHS 2014 num total de 170 ligas avaliadas) representando o Shabab Al-Sahel clube pelo qual efectuou, em duas temporadas, 41 jogos e marcou 28 golos. Na época 2013-14 esteve na Liga Húngara (60ª classificada do ranking IFFHS 2014) ao serviço do Ferencváros, tendo disputado 18 jogos (mais 2 na Taça) e marcado 4 golos. Após ter rescindido com este clube assinou pelo Arouca em Junho de 2014, tendo até 20 de Novembro (altura em que foi suspenso e instaurado um processo disciplinar) alinhado em 4 jogos da Liga Portuguesa (1 como titular e 3 como suplente utilizado) e marcado 1 golo e num jogo da Taça de Portugal em que foi suplente utilizado. Na passada segunda-feira, após ter rescindido com o Arouca, assinou pela Académica por época e meia.
O curriculum deste jogador não me parece muito tranquilizador e tenho sérias dúvidas (oxalá esteja completamente enganado) que este seja o homem golo que a Académica tanto precisa. Quando esta contratação foi anunciada vieram-me à memória nomes como Gyanno, Vouho, Carlos Aguiar, Willyan, Fábio Luís, Buval, Moussa, etc!!
Escrevemos num post publicado em. 28 de Janeiro (A Académica e o mercado de Janeiro) que este período do mercado permite, essencialmente, que as equipas contratem reforços para as posições em que se encontram mais carenciadas. São contratações cirúrgicas que devem ser feitas criteriosamente para que a margem de erro seja mínima e o insucesso residual.
Na Académica é notório que  existe um défice de jogadores com qualidade, que as dificuldades financeiras são muitas e que o dinheiro não abunda, ingredientes que criam um puzzle de difícil solução. Era obrigatório, por isso, ter sido muito criterioso e selectivo nas escolhas efectuadas. Ter-se-á sido? As contratações de Makonda e Diallo terão sido bem avaliadas e, sobretudo, criteriosas?
Por outro lado, é minha convicção que era preferível ter-se corrido alguns riscos em termos de equilíbrio financeiro, mas ter feito outras opções para minimizar o risco da despromoção, nomeadamente a contratação de um guarda-redes (absolutamente indispensável),um médio criativo e um ponta de lança que desse garantias de eficácia na concretização do que correr o risco de cair no abismo em beneficio da contenção financeira. É que com a equipa na 1ª liga é sempre possível, com maior ou menor dificuldade, suprir,no futuro, eventuais excessos financeiros agora cometidos. Pelo contrário, com uma eventual despromoção o desastre financeiro é irremediável e irreparável.
Devo salientar que reconheço que é relativamente fácil emitir uma opinião quando, como é o caso, não se conhece a execução orçamental desta época nem se tem qualquer espécie de responsabilidades, particularmente, no plano financeiro.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Cartão Vermelho ?




Dezanove jornadas,13 pontos, uma vitória, dez empates e oito derrotas,16º classificado, tendo obtido a única vitória há quatro meses (28 de Setembro). Este é o resumo da actual época, fruto, essencialmente, de uma gestão desportiva incompetente que pode vir a ter consequências irreparáveis para a Académica.
No início da época foram contratados (provavelmente por observação através de DVD!!) 17 jogadores, a grande maioria de qualidade duvidosa e um treinador que já provou à saciedade ser incapaz de orientar, gerir e motivar a equipa.
Durante a primeira volta a equipa revelou insuficiências gritantes, perfeitamente identificadas, que era suposto serem corrigidas no mercado de Janeiro.
O que foi feito? Makonda, lateral-esquerdo, primeiro reforço deste mercado, terá sido (?) contratado já lesionado. Cissé e Esgaio acrescentam qualidade à equipa, mas não resolvem todos os problemas.
E o resto? Era, desde logo, necessário um guarda-redes. Lee é um monumental erro de casting! Não há nenhuma defesa, por melhor que seja, que possa ter tranquilidade com um guarda-redes como este. Um perfeito desastre!
O meio-campo não segura a bola, não dá profundidade ao jogo, não tem criatividade. Era necessário um médio que organizasse e pautasse o jogo da equipa.
Finalmente era preciso um verdadeiro ponta de lança. Cissé é mais um ala e Rafael Lopes é mais útil jogando atrás do ponta de lança.
O mercado fecha amanhã. Estará reservada alguma boa surpresa (por favor não repitam soluções tipo Makonda) para os adeptos da Académica nas horas que faltam para o encerramento do mercado? Duvidamos.
A confirmar-se a nossa previsão estaremos, no plano desportivo, perante uma gestão da Académica-SDUQ incompetente e por isso só nos restará mostrar o cartão vermelho à gerência, particularmente aos membros mais directamente relacionados com a gestão do futebol profissional.